Mano, as vezes eu fico me perguntando oque se passa na cabeça de um cidadão que maltrata, não dá valor, desrespeita e/ou até machuca fisicamente sua mãe.
Sei lá, só acho que um "Fidapeste" destes deveria ser preso por desacato a autoridade!
Mas Durão, mãe não é policia para ser autoridade! Você deve estar pensando.
Pois bem, vamos lá!
Tua mãe te gerou no ventre dela, te carregou por 9 meses em sua barriga (8 no caso do meu irmão, 7 no caso do meu primo Alexsandro), sofreu as piores dores possíveis e imagináveis para colocar essa coisinha linda (ou não) no mundo que é você, te alimentou, limpou sua sujeira (e olha que aquilo que um bebê mais gosta de fazer é cagar! Você limpa uma cagada e na sequencia ja vem outra), te educou da melhor maneira que ela poderia, em alguns casos deixou de comer para que você tivesse oque comer (Minha mãe fez isso por mim), deixou de comprar uma roupa nova para que você tivesse uma roupa nova (minha mãe também fez isso por mim), cuidou de você quando você estava doente, te defendeu do valentão da rua (Minha mãe meteu uma vassourada na cabeça de um moleque que estava me batendo), fez e ainda faz tudo por você por pior filho que você seja e você me pergunta que tipo de autoridade ela é???
Cara, minha mãe é a maior autoridade que existe neste mundo sobre a minha pessoa e ponto final!!!!
Eu poderia escrever um livro só sobre momentos bons, tristes, felizes, difíceis e por ai vai ao lado da minha mãe. Para falar a verdade eu acho até que ela merecia esse livro em sua homenagem.
Mas hoje, vou contar só um relato rápido sobre alguns momentos com a minha mãe que foram muito especiais para mim.
Todos aqueles que me acompanham sabem que eu fui ciclista por 12 anos, cheguei a competir como atleta profissional representando a cidade de Cajamar em competições como Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior, estive entre os 10 primeiros atletas amadores da sub-25 no Campeonato Interestadual de Mountain Bike por 2 anos seguidos, fui 4º colocado no Campeonato Paulista de Resistência e conquistei muitos troféus e medalhas durante esses 12 anos.
Porém, nem sempre foi assim!
Me recordo que la no começo, quando eu ainda estava com pouco mais de um ano de ciclismo, ao chegar de uma competição minha mãe me perguntou: -E ai filho, como foi?
-Terminei a prova em sexto lugar mãe, mas não consegui ganhar nenhuma medalha mais uma vez! Respondi.
Meu irmão nada pentelho nem esperou eu terminar a frase para dizer logo: -Você é "mó" ruim, vai em um monte de corridas e não ganha uma!!!! Disse com tom de ironia.
Eu não respondi nada, mas confesso que aquilo me machucou muito, me senti um verdadeiro bosta, afinal, eu tinha 16 ou 17 anos e não era bom em nada, não tinha profissão e sequer tinha terminado o ensino médio.
Claro que minha mãe percebeu que eu fiquei triste e me aconselhou: -Não desista filho, se você quer você consegue!!!
Cara, minha mãe sabia que naquela época eu ainda sofria com problemas no pulmão, crises de asma e bronquite eram velhas companheiras e por isso, eu me cansava muito mais rápido que os outros atletas. Houve um tempo em que eu nem praticava aulas de Educação Física na escola pois havia sido proibido pelos médicos de praticar atividades físicas que podiam me causar desmaios por falta de ar a qualquer momento.
Então eu disse para minha mãe: -No dia em que a senhora for assistir uma corrida minha, eu vou ganhar em primeiro lugar em sua homenagem!
Pois bem, cerca de 9 anos se passaram após isso e eu tomei conhecimento de uma prova de mountain bike aqui mesmo em Santana de Parnaíba, a prova se chamava The Rock - o Desafio da Pedreira e era uma prova de Cross Country que seria realizada dentro de uma pedreira chamada Geocal.
Um ano antes, eu havia conquistado a 4ª colocação nessa mesma prova competindo na categoria sub-25 amadora um ano antes.
havia chovido muito na noite anterior a prova e o circuito era totalmente travado (difícil de se percorrer com muitas, subidas, decidas perigosas e trechos onde só passava um atleta por vez), porém era meu estilo, eu estava em minha cidade, eu estava em forma e minha mãe iria me assistir pela primeira vez!
Cara, em menos de 10 minutos, menos de 4 quilômetros eu ja estava em primeiro lugar, primeiro também entre todos os competidores da prova e ainda não havia visto minha mãe. Me lembro que o organizador da prova (Felipe Tambasco) um velho conhecido meu, ficava com um rádio passando informações para o locutor, lembro que eu estava saindo do primeiro trecho de mata fechada e o Felipe estava bem na saída da mata, eu consegui ouvir ele dizer e ser repetido em seguida pelo locutor: -Ai vem o primeiro colocado da competição!
Quando o Felipe me viu, ficou tão feliz e surpreso em saber que era eu que disse: -Caracas é o Durão!
Bem louco foi ouvir o locutor com aquela voz de locutor de futebol repetir: -E ai vem o primeiro colocado e caracas é o Durão!!! (ele nem sabia quem era o Durão). Rsrsrrs
O Felipe deve ter esquecido que estava com o dedo no botão do rádio e começou a torcer por mim gritando: -Vai Durão, vai Durão!!!!
E o locutor sem entender nada repetia: -Vai Durão, vai Durão, vaaaaaaaaaaaaaaaaai que essa é tua Durão!
Eu não sabia se pedalava ou se dava risada, mas eu sabia que minha mãe chegaria a qualquer momento.
Foram 4 voltas de cerca de 7km mata adentro e na início da segunda volta em uma das descidas mais perigosas da prova (onde todos os espectadores ficavam torcendo para ver a gente cair) eu escutei os gritos de incentivo da minha mãe.
Cara, não existe energético melhor que os gritos de incentivo daquela pessoa que é uma verdadeira heroína para você!
Eu terminei a prova em primeiro lugar geral entre os amadores, oque me rendeu convites para várias outras competições e uma pequena entrevista na maior revista de mountain bike da época, além disso, cumpri a promessa feita para minha mãe.
Depois disso, 80% das provas que participava eu trazia para casa um troféu ou uma medalha e a coisa mais legal era chegar passar na casa da minha mãe e ouvir ela dizer: -Filho, como foi?
Me lembro que em uma dessas vezes, após a pergunta da minha mãe, eu abri a mochila e retirei outro troféu.
Sem espanto nenhum minha mãe me disse com ar de desaprovação: -Poxa filho, você ganhou de novo?
Espantado com o tom da pergunta eu respondi: -Ué, e a senhora queria que eu perdesse?
-Não é isso, mas coitadinho dos outros atletas, você não deixa uma para eles!!! Ela respondeu com ar sério.
Claro que eu, meu irmão e meu pai caímos na risada!
Enfim, esse texto é só para homenagear a minha a sua e a todas as mães desse mundo e dizer que por minha mãe eu enfrentaria qualquer coisa nesse mundo e venceria novamente qualquer tipo de doença que viesse a me aflingir.
Dona Dezuite, você é minha heroína, minha maior incentivadora e uma das minhas razões de viver, EU TE AMO MAMÃE!
Bom Dia,
ResponderExcluirLinda História de Vida e Perseverança,mim Emocionei,Parabéns,por Voçe e sua Familia,do seu Fã,de Salvador Bahia.
Porra Cleberson muito bom seu texto cara. Analisando como professor é um texto claro,conciso e coeso. Parabéns mlk mandou bem demais.
ResponderExcluir